Nesta sexta-feira, 10 de fevereiro, o Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras celebra 43 anos de sua fundação. O PT solidificou sua história e luta em convergência com os movimentos sociais. Nesta sexta, às 10h, o partido será homenageado em Sessão Solene na Assembleia Legislativa da Paraíba e com transmissão ao vivo pelo canal do youtube da ALPB.
Ainda em clima de celebração, logo mais a noite, às 18h13, na sede do partido que fica no bairro de Jaguaribe, em João Pessoa, ocorrerá o Baile das Estrelas com atrações confirmados como: Yuri de Carvalho e Orquestra de Frevo.
Jackson Macedo é o presidente em atuação do PT Paraíba e fala que foi a força do povo que ergueu o partido, considerado até o maior partido de esquerda da América Latina. “O PT surgiu da união das pessoas dentro das academias, dos intelectuais, dos movimentos sociais, populares e sindicalistas, até a Igreja Católica teve um importante papel com a Teologia da Libertação; então eu acho que essa junção de forças sociais, da força do povo, culmina com o maior partido de esquerda da América Latina”, afirmou Jackson.
Sobre a história do PT no estado, Jackson pontua a dedicação às lutas sociais. “Nós temos esse histórico aqui na Paraíba da participação do PT do lado do povo nas grandes lutas e manifestações sociais do estado, ao lado dos movimentos populares e sociais, e também do parlamento, os inúmeros petistas que passaram pelos municípios, pela vice governadoria da Paraíba, os tantos deputados e senadores que já elegemos. Acho que o PT é o partido que tem a cara do povo brasileiro”, finalizou.
HISTÓRIA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS
Em 10 de fevereiro de 1980, há exatos 43 anos, nascia o Partido dos Trabalhadores, no Colégio Nossa Senhora do Sion, em São Paulo. O PT chegava como fruto de lutas e debates de diversos movimentos sociais pelo país, em especial, o ABCD paulista.
O Sociólogo e estudioso das representações políticas, Wescrey Portes, afirma que o nascimento do partido veio com a vontade de lutar pela democracia e pelos direitos do povo brasileiro no final dos anos tenebrosos da ditadura militar. “No final dos anos 70, com a Ditadura Militar em declínio, o protagonismo voltava aos movimentos sociais e crescia o debate e a luta em restabelecer a democracia do país, surgindo diversas greves de trabalhadores, atos contra o racismo e fascismo, violência policial. O povo era chamado às ruas para ocupar espaços e manifestar suas inquietações”, aponta o sociólogo.
No ano de 1978, em São Bernardo do Campo (SP), iniciaram um movimento grevista que reuniu cerca de 2 mil metalúrgicos que lutavam por melhores salários e condições de trabalho. Na época os jornais locais notificavam como a greve “dos braços cruzados”, pois os trabalhadores desligavam as máquinas e cruzavam os braços em sinal de protesto. Com o volume da luta a greve se expandiu para outras empresas da região e o ABCD paulista parou, ganhando o apoio e a confiança da população com o objetivo da greve. O sociólogo denomina essa passagem de o "novo sindicalismo" ou "sindicalismo autêntico", porque surgia também os líderes populares.
“Em 1979, um novo ciclo de greve acontecia em outras cidades de São Paulo, mas desta vez expandindo para outros setores e estados do Brasil. Eram professores, bancários, funcionários públicos, jornalistas, trabalhadores da construção civil e outras categorias. De modo simultâneo com essas greves, teve início as tratativas dentro dos sindicatos para construção de um partido dos trabalhadores. Como costuma-se dizer, um partido dos trabalhadores e sem patrão, onde os trabalhadores teriam voz”, explica o sociólogo.
Outros setores também fizeram parte dessa formação como as Comunidades Eclesiais de Bases (CEB's), que eram formadas por militantes católicos adeptos da Teologia da Libertação, uma doutrina que buscou uma síntese anticapitalista e revolucionária. “Nas greves, elas davam suporte para legitimação junto da população e na formação do PT são fundamentais para ampliar a base potencial do partido”, pontua Wescrey.
Wescrey afirma em seus estudos que o PT era visto como uma anomalia do sistema político brasileiro, pois “na transição à democracia, os militares queriam controlar quais seria os atores políticos mais relevantes. O PT não era um deles. O PT foi um partido surgido fora do sistema político brasileiro, uma convergência de atores coletivos que estavam foram das disputas institucionais da política brasileira”, explica.
Desde então, o PT governou cidades, estados e saiu vencedor da eleição para presidência cinco vezes: 2002, 2006, 2010, 2014 e 2022. Desde 1989, é um dos partidos mais votados na disputa presidencial. “O PT é fenômeno político e eleitoral. O PT nasceu com a democracia, sua principal vocação. O PT é o povo brasileiro”, concluiu o sociólogo.
Edição: Maria Franco