Março chegou trazendo a esperança de um novo tempo, repleto de lutas, muita mística e resistência. Entre os dias 6 e 8 de março acontece a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra 2023, com o lema: ‘O agronegócio lucra com a fome e a violência. Por Terra e democracia, mulheres em resistência!’

Na Paraíba, o 08 de março será de muita representatividade com atuação das mulheres de luta do campo. A partir das 5h da manhã haverá o início da ‘Feira de Saberes e Sabores’ no Parque Solon de Lucena – Centro de João Pessoa.

A programação começa com a chegada das mulheres na Praça da Lagoa, dando início à Feira das Mulheres Camponesas (assentadas e acampadas) - com produções agroecológicas de alimentos como legumes, frutas e hortaliças, além dos alimentos da culinária como tapiocas, bolos e queijos. As mulheres do artesanato também irão expor as suas produções.

“Nós queremos mostrar que as mulheres assentadas da Reforma Agrária, seja do litoral ao sertão, produzem do feijão ao artesanato, porque como cada região tem as suas especificidades, tem o seu tempo de chuva, então cada grupo tem o seu tempo de produção. Então, quando as mulheres não estão produzindo alimentos, ou produzindo bolo, tapioca, doce ou queijo, estão produzindo artesanato, mas nunca elas param, e por isso que a gente diz que é uma feira de Saberes e Sabores”, destaca Adilma Fernandes, da Direção Estadual do Setor de Gênero, e Coletivo Nacional do Setor de Gênero.

Ainda na parte da manhã haverá participação do lançamento da Marcha das Margaridas, na sede da Fetag.

A Secretaria de Mulheres da Fetag-PB realiza o lançamento da 7° edição da Marcha das Margaridas 2023. Será na sede da Fetag-PB, em João Pessoa, às 8h30 / Card: Reprodução

Já no Espaço Cultural José Lins do Rego, às 10h, haverá um evento para entrega de pautas das Mulheres do Campo, num ato da Secretaria das Mulheres estadual com a presença do governador João Azevedo. 

Na ocasião também será lançado o Programa Empreender Mulheres do Campo:

“Este é um projeto novo porque antigamente o Empreender era aberto ao público todo, mas quem mais se beneficiavam eram os homens. As mulheres ficavam de fora, e a gente viu a necessidade das mulheres estarem sendo contempladas com esse projeto, numa articulação através da Secretaria das Mulheres junto com o Governo do Estado”, explica Adilma.

Ainda no Espaço Cultural haverá a criação de um Grupo de Trabalho sobre a situação das mulheres do campo, com a participação de várias organizações em nível estadual como Fetag, MST, povos indígenas, povos quilombolas, povos ribeirinhos, o Polo da Borborema, ASPTA e UFPB.

“O GT trata-se de um grupo de estudo onde vão estar discutindo a necessidade das mulheres do campo, pegando as demandas, e a partir dessas demandas estarem encaminhando para a secretarias responsáveis, seja a Secretaria das Mulheres, ou do Desenvolvimento Social, ou o próprio Gabinete do Governador. Então, este é o papel deste Conselho, estar descobrindo e debatendo o que está acontecendo na região de João Pessoa e de todo o estado sobre as mulheres do campo”, comenta Adilma.

Dentro das Ações de Saúde, ainda na Lagoa, haverá uma Tenda do Cuidado com a disponibilização de testes rápidos, medição de pressão, medição de glicose, encaminhamentos para especialistas e palestras sobre os cuidados com a saúde da mulher.

Programação Cultural

A programação cultural da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra na Paraíba acontecerá durante todo o dia 8 de Março. Diversas artistas do movimento pela terra de todo o territorio estadual estarão se apresentando ao longo do dia, com destaque para a cantora e militante Cida Dias, e a cantora Cida Alves.
 
Uma esquete promovida pela juventude do campo será apresentada no encerramento, que deverá acontecer por volta das 16h.

Uma carta nacional, fruto do Encontro Nacional do MST, construída coletivamente e com integração de organizações das mulheres do campo de todos os estados federativos, também estará sendo lançada. 

“Neste mês, a centralidade das lutas e denúncias focam no problema da fome no Brasil, da violência e da destruição da natureza – as mais cruéis faces do agro-golpe-tóxico-negócio.. As camponesas também denunciam as diversas formas de violências patriarcal e racial, que atingem as pessoas em condições de vulnerabilidade e o avanço nos casos de feminicídio, assassinatos LGBTIfóbicos e suicídios no campo”, escreve nas redes, o movimento.

Veja também o panfleto com reivindicações das mulheres do movimento do campo:

 

 

 

 

 

 

Edição: Polyanna Gomes