A paralisação está marcada para o dia 3 de abril caso não hajam acordos

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Pesada, Montagem e do Mobiliário (Sintricom/PB) Realizou uma assembleia na noite desta quinta-feira (9) na sede da entidade. Com auditório lotado, após o debate, os trabalhadores decidiram que irão aguardar um acordo até o dia 31 de março com a classe patronal, e após esse tempo de espera, não ocorrendo o esperado, farão paralisação.

Arquivo Pessoal / Foto Reprodução

“Ontem, após avaliar que a pauta nas cláusulas sociais não andou nem um milímetro, e na econômica também, oficialmente não chegou nada até ontem para o nosso sindicato, então os trabalhadores decidiram esperar até o dia 31 de março. Caso não se chegue a fechar um acordo até o 31 de março, os trabalhadores irão paralisar as atividades no próximo dia 3 de abril. A gente está esperando acontecer um grande movimento de paralisação se até o dia 31 de março não se chegar a um acordo satisfatório”, explicou Paulo Marcelo, Tesoureiro do Sintricom.

Reivindicações trabalhistas

A categoria se reuniu para mais uma vez debater. Ela reclama que há muito tempo que não há ganhos reais: “Faz muitos anos, e já está entrando para sete ou oito anos que a categoria não tem um centavo de ganho real na proposta econômica, nos pisos salariais”, comenta Paulo Marcelo.

Além disso, os trabalhadores passaram todo o ano de 2022 exigindo melhorias em algumas cláusulas sociais:

“Os trabalhadores reivindicam ajuda para o transporte, pagamento e manutenção dos alojamento para aqueles funcionários que vêm do interior. Alguns ficam uma semana inteira, outros ficam 15 dias ou até mais, e é um pedido que a empresa banque os alojamentos deles”.

Outra reivindicação diz respeito à cesta básica, que na visão deles é quase irrisória: “É uma outra crise que faz muito tempo. Nós temos uma cesta básica que tem mais de três décadas, e ela nunca aumenta os itens ali (ou aumenta pouco). É uma cesta básica aqui no atacado que eles (as empresas) compram ao custo entre 80 e 90 reais”.

Café da manhã também é insuficiente

“O café da manhã é uma vergonha. São dois pães de 50g e um copo de café apenas. E como se trata da primeira alimentação do trabalhador, com essa refeição é impossível chegar até meio dia, que na maioria das empresas é horário do almoço. Até meio dia  você toma esse café de 6h30 da manhã e fica quase seis horas com essa alimentação, é impossível sustentar alguém que desempenha um grande esforço físico em uma edificação", defende Paulo.

Ele conta que as proposta econômicas não existem por parte das empresas: "Eles estão dando algum adiantamento, mas sem discutir oficialmente com a direção do sindicato. Então é por isso que os trabalhadores deram até o dia 31 de março. Caso até lá não não tenha avançado, há uma grande possibilidade de ter uma grande paralisação no dia 3 de abril", complementa ele.
 

 

 

 

Edição: Cida Alves