A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares da Paraíba (FETAG-PB), por meio da Secretaria de Mulheres, irá realizar seis oficinas de formação a partir do mês de abril com o intuito de mobilizar as agricultoras familiares da Paraíba para a 7ª Marcha das Margaridas 2023.
A primeiro oficina irá acontecer na cidade de Patos, nos dias 12 e 13 de abril, no Centro de Treinamento da FETAG-PB. Em seguida, as Margaridas estarão em Guarabira, Campina Grande, João Pessoa, e por fim, na terra de Margarida Maria Alves, Alagoa Grande, no dia 14 de junho, visitando o museu em homenagem à líder sindical rural e realizando uma reunião no Sindicato com as trabalhadoras rurais da região.
De acordo com a secretária de mulheres da FETAG-PB, Ivanete Leandro, os encontros devem reunir cerca de 100 agricultoras em cada cidade. Elas participarão de oficinas de formação para organizar as propostas das mulheres paraibanas, que serão entregues ao Governo Federal, com as principais pautas das agricultoras familiares.
O lançamento da 7ª Marcha das Margaridas foi realizado no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, na FETAG-PB, em João Pessoa-PB.
A Marcha será realizada nos dias 15 e 16 de agosto, em Brasília, e deve reunir cerca de 10 mil mulheres de todos os recantos do Brasil.
s principais reivindicações das Margaridas para este ano estão inseridas nos seguintes eixos políticos: democracia participativa e soberania popular; poder e participação política das mulheres; autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética; democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios; vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional; direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns e proteção da natureza com justiça ambiental e climática; autonomia econômica, inclusão produtiva e trabalho e renda; educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo; saúde, previdência e assistência social pública, universal e solidária; universalização do acesso à internet e inclusão digital; vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo; autonomia e liberdade das mulheres sobre o corpo e a sua sexualidade.
Momento histórico
A Marcha das Margaridas é uma ação estratégica conduzida e organizada por mulheres trabalhadoras rurais, do campo, da floresta e das águas com o objetivo de construir visibilidade pública e conquistar reconhecimento social e político. Desde o seu surgimento, em 2000, a Marcha das Margaridas demonstra a capacidade de mobilização, tornando-se uma referência nacional de organização e luta das trabalhadoras rurais, sendo hoje, amplamente reconhecida como a maior e mais efetiva ação das mulheres no Brasil e em toda a América Latina.
O lema da Marcha das Margaridas esse ano é “Pela reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”.
Sementes de Margaridas Maria Alves: Líder sindical paraibana, que lutou pelos direitos das trabalhadoras e trabalhadores rurais, rompendo os padrões tradicionais de gênero e ocupando por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande.
Por lutar pelo direito à terra, pela reforma agrária, por educação, por igualdade e por defender direitos trabalhistas e vida digna para as trabalhadoras e trabalhadores rurais, Margarida Maria Alves foi assassinada na porta da sua casa, no dia 12 de agosto de 1983. Seu nome é um símbolo nacional de força e coragem cultivado pelas mulheres e homens do campo, da floresta e das águas.
É em seu nome que a cada quatro anos, no mês de agosto, milhares de Margaridas marcham em Brasília por justiça, igualdade e paz no campo e na cidade.
Edição: Cida Alves