A editora Arribaçã, através do selo Anayde Beiriz, está relançando os principais cordéis escritos por Maria Soledade Leite, em uma edição especial denominada ‘Soledade: uma antologia’.
O lançamento é uma oportunidade ímpar para a nova geração conhecer a escrita militante de Soledade, que também é violeira, repentista, cordelista e ativista feminista.
Além de folhetos engajados nas lutas sociais e na cultura, a antologia também traz histórias de amor, como o cordel “Dois corações num segredo – segredo de amor”, que narra o envolvimento entre dois jovens que se apaixonam após participarem de um evento em João Pessoa.
“Por que Lula na prisão?”, “Perigos da adolescência”, “A namorada de Jackson” e “Milagre de Santo Antônio”, são os outros cordéis que estão incluídos nesta Antologia.
A luta das mulheres, sua luta
Maria Soledade Leite não se intimidou com os desafios que a sociedade machista colocava à sua frente. Ela transpôs todos e se firmou como uma liderança feminina respeitada e aclamada por toda a Paraíba.
Após o assassinato de sua companheira de luta, Margarida Maria Alves, liderança camponesa, assassinada em 1983 por latifundiários do chamado Grupo da Várzea, Soledade deu continuidade a causa das mulheres trabalhadoras rurais, e fundou o Movimento da Mulher Trabalhadora Rural da Paraíba (MMT), que existe até os dias atuais. Hoje ela é aposentada e ainda mora em Alagoa Grande/PB.
Engajada no movimento sindical dos trabalhadores rurais, Soledade também faz parte do movimento cultural, com sua viola e os cordéis, que foram lançados ao longo de sua trajetória enquanto cantadora nas feiras e eventos por onde andou, pela Paraíba e pelo Brasil. Sua trajetória foi contada no documentário “Lá vem as repentistas”, produzido pela Cirandeiraspodcast, lançado em 2022.
Sem dúvidas, podemos dizer que Soledade Leite é uma referência para o movimento de mulheres trabalhadoras rurais e para o movimento cultural paraibano e que agora tem a oportunidade de apresentar a sua atuação como cordelista, através de voos mais altos por meio da Arribaçã e com a marca do selo Anayde.
Com texto-release da Editora
Edição: Polyanna Gomes