Paraíba

Coluna

Nunca foi democracia e nem liberdade, mas lucro e exploração

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Governo de Joe Biden fez alguns acenos a Maduro nos últimos meses - White House
Eles autorizam mísseis contra nações que não se sujeitam à democracia, liberdade e pax estadunidense

Por Jonas Duarte 

A perseguição a Venezuela foi e é cruel, assim como a Cuba. A razão? Não se vergam aos interesses imperialistas estadunidenses, europeus ou nipônicos. Há falhas em suas democracias? Em seus regimes políticos? Certamente. Onde não há? Garanto a qualquer um, como existem muito mais atentados aos direitos humanos dos negros, das mulheres e da comunidade LGBTQIAP+ nos EUA e no Brasil, do que em Cuba ou Venezuela. Há mil vezes mais violência policial e assassinato de pretos e pobres aqui e nos EUA do que na Venezuela ou em Cuba.

Outra coisa que fique claro: não é Venezuela nem Cuba que não querem capital estrangeiro lá. É o imperialismo estadunidense quem proíbe com leis muito explícitas que são fruto de um bloqueio criminoso e condenado dezenas de vezes na ONU, e que o 'Império' dá de ombros. Pior do que o bloqueio econômico é o bloqueio informativo, é construir narrativas falsas com fins de isolar esses países politicamente.  A direita prepara as coisas mais esdrúxulas e horríveis possíveis contra esses governos de esquerda e os transformam em entes do mal, em monstros. E eles da direita se pintam de democratas e defensores dos direitos humanos, mas organizam atos terroristas dia e noite contra os governos eleitos legitimamente e constroem  narrativas que esses monstros ditadores estão perseguindo líderes da oposição política. 

É nojento. 

Os exemplos são inúmeros. E logo vem a construção de narrativas em defesa da democracia e da liberdade. E isso é antigo, tudo em nome da liberdade, da democracia da civilização, a Europa Ocidental enriqueceu matando, escravizando mundo afora. Hoje se apressam em ecoar as narrativas mentirosas da Capital Washington, a quem serve ajoelhada para proteger seus roubos e privilégios históricos. Triste é esse discurso encontrar ecos também em setores da esquerda latino-americana brasileira que reproduzem imediatamente o discurso de Washington. Sinto vergonha de quem se diz de esquerda para defender a super exploração e os altos lucros dos monopólios que controlam esses estados imperialistas. Eles defendem uma democracia burguesa limitadíssima que libera a exploração dos trabalhadores e lhes negam direitos básicos e ainda se iludem com a formal democracia política; nos conflitos EUA - Cuba, acusam Cuba e se abraçam a bandeira por democracia e liberdade dos EUA.

Renegam, logicamente a Revolução Socialista: anti-imperialista, anticapitalista.

Abraçaram, sem pudor, as narrativas de Donald Trump e Jair Bolsonaro contra Nicolás Maduro e a Venezuela e sequer, ficaram rubros diante das evidências da trama fascista, pois preferem dar créditos a Trump, Bolsonaro, Globo, Folha...Tudo em nome da democracia. Essa Democracia Burguesa Antipopular que eles engolem e vendem. Uma democracia que estabelece em primeiro lugar os lucros e a exploração dos trabalhadores. Ainda definem seus inimigos de acordo com o nível de Soberania: países fidalgos e fiéis aos EUA, não se pergunta sobre seu regime político, seu nível de democracia é liberdade. Nações que proclamam sua soberania são imediatamente taxados de ditaduras sanguinárias.

Assim, autorizam os bloqueios econômicos assassinos de crianças e idosos. Autorizam mísseis e tanques contra líderes e nações que não se sujeitam à democracia, a liberdade e a pax estadunindense; a Democracia, a liberdade e a pax dos ricos, poderosos e exploradores. Lula indicou, no encontro com Maduro, reparações históricas importantíssimas e corajosas, que espero, alcance mentalidades políticas que se acham de esquerda e vivem a reproduzir as narrativas estadunindenses.

Valeu Lula. Parabéns pela coragem.

Edição: Polyanna Gomes