Nesta quarta-feira (7) o Cineclube O Homem de Areia, da Fundação Casa de José Américo (FCJA), em João Pessoa, exibe o documentário “Cabra marcado para morrer” (1984), obra mais famosa do falecido cineasta paulistano, Eduardo Coutinho, que completaria 90 anos no dia 11 de maio passado. A sessão acontece às 19h30, no auditório da instituição, no Cabo Branco, e terá a participação e comentários do professor João de Lima, conselheiro do cineclube. O filme tem duração de 109 minutos e sua classificação etária é de 12 anos. O cineclube fica localizado na Avenida Cabo Branco, 3336.
SOBRE CABRA MARCADO PRA MORRER
Considerado um dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos, pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), “Cabra marcado para morrer” conta a trágica história do militante camponês João Pedro Teixeira, líder da Liga Camponesa de Sapé, assassinado a mando de latifundiários da região, em 1962. Nessa ocasião, Eduardo Coutinho estava em viagem pelo Nordeste, com a UNE Volante e o Centro Popular de Cultura (CPC), iniciativa de organização dos estudantes universitários que, anos depois, foram fundamentais na resistência à ditadura.
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Ao saber do assassinato, Coutinho rumou para a região, a fim de registrar o crime. Dois anos depois, em 1964, ele iniciou as filmagens do documentário, no entanto, as filmagens foram interrompidas pelo golpe militar. O documentário seria finalizado e lançado somente 20 anos depois. Considerado um dos retratos mais atualizados do Brasil contemporâneo, o documentário tem um teor que segue presente no cotidiano brasileiro: a opressão e a injustiça que se abatem sobre comunidades humildes na questão da terra.
Edição: Cida Alves