A Paraíba registrou um total de 546 casos de estupro em 2022, conforme divulgado pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Esse número representa uma média de aproximadamente 45 pessoas estupradas por mês no estado. Dos casos registrados, 167 foram de estupro e 379 de estupro de vulnerável.
É importante notar que houve um aumento significativo no número de estupros de vulneráveis em relação a 2021: foram 148 casos de estupro e 401 de estupro de vulnerável.
Segundo os dados do anuário, a maioria das vítimas de estupro e estupro de vulnerável são mulheres. Em 2022, foram registrados 487 casos de mulheres estupradas, sendo 155 vítimas de estupro e 322 de estupro de vulnerável.
É importante mencionar que o aumento das notificações de estupro pode estar relacionado ao maior acesso das vítimas à informação, por meio de campanhas de conscientização do governo e da imprensa, bem como ao empoderamento das mulheres. No entanto, é preciso destacar que o problema da subnotificação ainda persiste, e muitos casos de abuso sexual podem não ser reportados às autoridades.
A análise do anuário também revela que a casa é o local mais inseguro para as vítimas de abuso sexual, com a grande maioria dos estupros ocorrendo no ambiente intrafamiliar. 68,3% dos estupros ocorreram no local em que a vítima mora ou convive com o próprio agressor. Isso torna o enfrentamento aos abusos sexuais um desafio, uma vez que muitas vítimas podem encontrar dificuldades em reconhecer e denunciar os abusos.
Entre os casos de estupro envolvendo vítimas de 0 e 13 anos, os principais autores foram familiares (64,4% dos casos) e 21,6% são conhecidos da vítima, mas sem relação de parentesco.
Entre as vítimas de 14 anos ou mais, chama a atenção que 24,4% dos casos foram praticados por parceiros ou ex-parceiros íntimos, 37,9% por familiares e 15% por outros conhecidos. Somente 22,8% dos estupros de pessoas com mais de 14 anos foram praticados por desconhecidos.
Violência endêmica no Brasil
No âmbito nacional, o número de casos de estupro e estupro de vulnerável bateu um recorde histórico em 2022, com mais de 8 casos registrados por hora. O aumento das notificações também é atribuído ao maior acesso das vítimas à informação, campanhas de conscientização e empoderamento das mulheres.
Para denunciar casos de abuso sexual, é essencial buscar ajuda por meio de canais de atendimento como o Ligue 190 (Polícia Militar), Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher), o aplicativo Direitos Humanos Brasil, a Delegacia da Mulher ou a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.
A denúncia e o enfrentamento a esses crimes são fundamentais para a proteção das vítimas e a busca por justiça.
Edição: Cida Alves