A Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) retoma, neste mês de julho, o Circuito Cardume, com objetivo de acolher produções de outros estados, inserindo-as na programação local. Em sua nova versão, o projeto recebe a Cia. do Tijol de São Paulo para ministrar a oficina “Andarilhagens com Paulo Freire”, neste sábado (22) e domingo (23), sempre das 14h às 18h. Também no sábado, o grupo apresenta o espetáculo “Ledores no Breu”, a partir das 20h, no Teatro Paulo Pontes. As duas atividades são gratuitas.
A oficina, que já está com inscrições esgotadas, promete proporcionar uma vivência de criação coletiva de uma intervenção teatral a partir da praxis de Paulo Freire. Trabalho de construção de roteiro e encenação a partir das práticas expressivas desenvolvidas pela da Cia. do Tijolo, abrangendo música, utilização da poesia, dispositivos de escrita criativa, dança, filosofia e artes plásticas. Apresentação aberta ao público do trabalho desenvolvido durante os encontros. Ao final da vivência, os participantes realizam um cortejo em homenagem a Paulo Freire.
Sobre o Espetáculo - Inspirado no texto “Confissão de Caboclo” do poeta Zé da Luz e no pensamento e prática do educador Paulo Freire, o espetáculo Ledores no Breu trata das relações entre o homem sem leitura e sem escrita com o mundo ao seu redor. Histórias entrelaçadas que acompanham analfabetos em pleno século XXI, homens percorrendo distâncias para elucidar suas dúvidas, seus erros e seus crimes.
O Espetáculo pretende ser uma reflexão sobre as consequências do analfabetismo e, principalmente, do analfabetismo funcional. A partir de textos de Paulo Feire, Maria Valéria Rezende, Lêdo Ivo, Zé da Luz, Patativa do Assaré, Luiz Fernando Veríssimo, Frei Betto, canções de Cartola, Ana Maria Carvalho, Jackson do Pandeiro, Francesca Della Mônica e Chico César, figuras se cruzam, histórias se embaraçam e tecem as trajetórias dessas vítimas do crime de não saber ler.
A peça traz atuações de Dinho Lima Flor e Karen Menatti, sob direção de Rodrigo Mercadante. Também estão na equipe Rafael Araújo e Cida Lima. A classificação indicativa é livre.
Sobre a Cia. do Tijolo
O grupo nasceu do desejo de fazer um espetáculo a partir da obra de Patativa do Assaré. Depois de nove meses de processo nasceu o Concerto de Ispinho e Fulô. Na sequência, surgiu o segundo espetáculo, ‘Cantata para um Bastidor de Utopias’.
Mas não foi só a forma poética que os levou de Patativa a Lorca. Ambos são poetas de sua terra e de seu tempo e transformaram suas vivencias cotidianas em experiências humanas, universais.
O terceiro espetáculo vem ao encontro do pensamento e prática do educador Paulo Freire. ‘Ledores no Breu’ trata das relações entre o homem sem leitura e sem escrita com o mundo ao seu redor. Em seu mais recente espetáculo, ‘O Avesso do Claustro’, a Cia. convida o público para um encontro com uma das figuras mais importantes da história brasileira do século XX, Dom Helder Câmara, o bispo vermelho.
*Com Ascom Gov/PB
Edição: Polyanna Gomes