Paraíba

LUTA PELA TERRA

ALPB concede medalha Margarida Maria Alves à ativista Tânia Maria de Sousa

Tânia é lutadora da luta pela terra pela CPT, através da educação e da organização dos trabalhadores

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Reprodução - Foto Reprodução

 A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou sessão solene, na tarde desta segunda-feira (20), para entrega da Medalha Sindicalista Margarida Maria Alves à ativista Tânia Maria de Sousa, “pela dedicação em prol do desenvolvimento social e da justiça”. 


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O evento, proposto pelo deputado Chió (REDE), reuniu ativistas da luta pelos direitos dos trabalhadores rurais, além de parentes e amigos da homenageada. A deputada Cida Ramos (PT) secretariou os trabalhos.

Cobertura do Jornal Brasil de Fato PB, através do companheiro Marcos Freitas 

Ao justificar a homenagem o deputado Chió destacou, entre outras atividades, a liderança incansável que Tânia Maria de Sousa exerce nas ações da Comissão Pastoral da Terra, um movimento social que foi instituído em um período de tensão e conflitos agrários nas regiões da Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte e Pernambuco.


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“EsTe é um ano muito simbólico, um ano de rememorar vida E a luta de Margarida. E existe aqui na Assembleia Legislativa uma medalha que é a medalha Margarida Maria Alves para aquelas pessoas que, de alguma forma, representam a Paraíba. E a gente homenagea estas pessoas que têm no seu DNA a luta pela Terra, e fizemos uma consulta para várias colegas da Paraíba para saber quem tem esse perfil, e a pessoa homenageado escolhida dentre todas foi a companheira Tânia que tem esse legado de continuar a luta pela terra”, comentou o deputado Chió.


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O ex-deputado e atual secretário de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento do Semiárido do Estado da Paraíba, Frei Anastácio, destacou o trabalho de Tânia Maria de Sousa na defesa dos trabalhadores rurais sem-terra e dos homens e mulheres do campo em geral. “Primeiro, eu quero parabenizar o deputado Chió pela propositura e a Assembleia Legislativa pela aprovação unânime. Receber uma medalha com o nome de Margarida Maria Alves é de uma importância enorme. Tem uma história. É uma pessoa que, de fato, nesse estado, e também a nível nacional, teve um papel importantíssimo. E Tânia é a pessoa mais indicada para recebê-la. Ela é mais do que merecedora desta medalha”, observou.


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O ativista Rogério Leandro de Oliveira, coordenador da Comissão Pastoral da Terra, destacou a importância da homenagem a Tânia Maria de Sousa, sobretudo porque a medalha tem um significado muito especial por homenagear Margarida Maria Alves. Segundo ele, Tânia começou esse “belo trabalho das mulheres que lutam pelos direitos dos trabalhadores do campo e que hoje é conduzido, com muita competência, com muita luta e com muita responsabilidade por ela, uma lutadora e muito merecedora dessa homenagem e nós nos sentimos muito orgulhosos por isso”, concluiu.


 Tânia Maria de Sousa / Foto Reprodução

A deputada Cida Ramos destacou a presença de pessoas, homens e mulheres, com muita representatividade na homenagem a Tânia que, segundo ela, tem muitos significados, “porque ela é muito representativa”. “Todos nós estamos muito felizes e orgulhosos por esta homenagem está sendo feita a Tânia. Aqui nós sentimos isso porque ela é uma homenagem simbólica da resistência e que leva o nome de Margarida Maria Alves. Tânia é alguém que eu aprendi a conhecer; Tânia é alguém de quem eu fui me aproximando e aprendendo. Tânia tem uma firmeza, uma determinação, uma coragem enorme. Tânia é daquelas pessoas que a gente reconhece como companheira imprescindível na luta contra as injustiças sociais, porque o nome dela é coragem”, declarou.


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A ativista Tânia Maria de Sousa disse que a sensação de receber a homenagem se torna “mais forte ainda quando a medalha recebe o nome de uma mulher que teve um compromisso com a classe trabalhadora do nosso estado, na defesa dos seus direitos, num tempo onde a mulher não tinha tanta visibilidade e que o povo não tinha reconhecimento dos seus direitos”.

Com cobertura do Jornal Brasil de Fato PB, através de Marcos Freitas, Tânia descreve seu sentimento ao saber da homenagem: “Primeiro eu tive um susto, achei que não era para mim porque foi uma surpresa, grande surpresa. E me traz muita alegria e satisfação de ter a honra e se homenageada com a medalha de uma mulher tão comprometida com o povo paraibano, com os trabalhadores pelos seus direitos, numa época em que era muito difícil, tanto para a mulher, para o povo pobre, e ela foi ousada demais ao levantar a bandeira e ir até o fim na defesa desse povo. Segundo porque é um sinal de que a luta dela não se acabou, continua ainda em outras margaridas, essa margarida reproduziu se espalhou, nasceu e continua ainda contando história por aí. Então, essa é a sensação sobre essa homenagem”

Também prestigiaram o evento, a vereadora Valdirene Rosas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Tito (PB); a ativistas Rosilda de Fátima Soares, representando a Associação de Assentamento Dona Antônia; Alane Maria, representando o Memorial das Ligas Camponesas; Joseane Souza, representando a Comissão Pastoral da Terra; Dilei Aparecida, representando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST); e Iara Enéas, representando a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag).

Perfil da homenageada  

Tânia Maria de Sousa nasceu na Fazenda Gendiroba, localizada no município de Mari (PB), em 09 de março de 1964. Sua jornada de comprometimento com a educação e a transformação social teve início como professora na Escola Rural Mista de Cipoal, onde lecionou entre os anos de 1981 e 1984. Atuou no campo da alfabetização de trabalhadores canavieiras nos anos de 1985 e 1986. Iniciou sua formação religiosa em Palmeira dos Índios (Alagoas), no período de 1989 a 1991, atestando seu profundo compromisso com valores éticos e espirituais que têm guiado sua jornada.

O marco de sua atuação junto aos frades franciscanos em Alhandra a partir de 1992 e seu engajamento subsequente na Comissão Pastoral da Terra (CPT) em 1993 revelam sua determinação em enfrentar desafios complexos em prol dos direitos humanos e Sociais.


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Edição: Cida Alves