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Zabé da Loca completaria 100 anos nesta sexta-feira (12)

Rainha do Pífano, Zabé da Loca é uma expressão da cultura paraibana

Brasil de Fato PB | João Pessoa |
Isabel Marques da Silva, a Zabé da Loca, tocando pife.
Isabel Marques da Silva, a Zabé da Loca, tocando pife. - Divulgação

Nascida em 12 de janeiro de 1924, em Buíque/PE, Isabel Marques da Silva, conhecida como Zabé da Loca, completaria 100 anos nesta sexta-feira. O apelido vem por ter morado por mais de 25 anos em uma loca de pedra (pequena gruta), na cidade de Monteiro, no Cariri paraibano. Pifeira e compositora, Zabé da Loca aprendeu a tocar ainda criança e foi descoberta aos 79 anos pelo Projeto Dom Helder Câmara, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em 2003. Com a saúde debilitada e já há alguns anos diagnosticada com Alzheimer, Zabé faleceu de causas naturais no dia 5 de agosto de 2017, aos 93 anos, em Monteiro. 

Rainha do Pífano, Zabé gravou, no final da década de 1990, “Da Idade da Pedra”, seu primeiro CD. Em 2003, foi a vez de “Cantos do Semiárido”, com músicas de sua autoria e uma versão de “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Nesse ano, foi morar em uma casa no Assentamento Santa Catarina, em Monteiro, lugar que hoje funciona a Associação Cultural Zabé da Loca.


Zabé da Loca e sua banda. / Foto: Ricardo Peixoto, 1997. Reprodução.

Em 2004, em São Paulo, Zabé da Loca se apresenta com o multi-instrumentista Hermeto Pascoal, no Fórum Cultural Mundial. Em 2007, grava o CD “Bom Todo”. A direção de "Da Idade da Pedra" e de "Bom Todo" foi feita pelo músico Rivers Douglas, participante da banda Pife Perfumado.

Zabé da Loca é um símbolo de resistência da cultura nordestina. "Tocar as músicas que Zabé tocava é sempre se tocar e se encantar", relembra Rivers ao falar sobre a importância de manter viva a memória da pifeira e de como foi ter a experiência de compor e tocar com a artista. 

Em sua rede social, Rivers exalta a importância de Zabé. Ele conta que "iríamos ter uma apresentação da Banda de Zabé da Loca no Lima Penante, em João Pessoa; e show de Escurinho e Labacê, isso lá em meados dos anos 90...também estavam hospedados uns artistas de Brasília do Celeiro das Antas, no dia seguinte, depois do café estávamos batendo papo com Zabé, mestre Livino, e uma garota perguntou: Zabé de onde vem sua inspiração, sua música?...Zabé levantou as mãos e disse "a música está aqui!". 

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Edição: Carolina Ferreira