Os servidores da UFPB realizaram uma reunião com a Reitoria onde propuseram um acordo com a instituição para não terem seus salários cortados durante a greve. A reunião ocorreu concomitantemente à assembleia na qual foi deflagrada a greve. Uma comissão com 10 pessoas, junto com o advogado do Sintesp, dirigiu-se à Reitoria para discutir a Instrução Normativa publicada pela instituição com ameaça de corte de pontos.
A UFPB, por meio de nota oficial, declarou apoio à reestruturação da carreira dos Técnicos Administrativos em Educação (TAEs), salientando que as demandas da categoria dependem exclusivamente das decisões do Governo Federal. A instituição enfatizou a legalidade e legitimidade do movimento, ao mesmo tempo em que lembrou que existem limitações impostas pela legislação vigente.
"O movimento da categoria é legítimo, está respaldado na legalidade, não obstante, a legislação vigente estabelece limites", diz a nota.
Como medida administrativa, a Universidade estabeleceu que os setores deverão reportar diariamente, através de um formulário específico, os funcionários que aderiram à greve, cujos dias não trabalhados serão descontados de seus salários.
“Ficou acordado, na reunião, que o Sintesp elaboraria uma minuta de termos de acordo para que não haja cortes de pontos, com a gente se comprometendo a repor depois o trabalho, para não haver represamento das atividades. Nós estamos concluindo a redação da minuta, e a gente espera focar no principal, que é lutar pelas pautas da categoria”, explica Clodoaldo Gomes, Coordenador de Comunicação do Sintesp-PB.
A principal pauta da categoria é a reestruturação da carreira que, segundo Clodoaldo, já há mais de 20 anos de existência, encontra-se bem defasada, e com a tabela salarial muito baixa.
Greve do servidores
A greve dos servidores da UFPB teve início na segunda-feira (11), com aprovação encaminhada por uma grande Assembleia ocorrida na semana passada, no Centro Vivências da UFPB, e com a presença de mais de 700 servidores. Na ocasião, também decidiram a instalação do comando de greve, e aprovação do fundo de greve para financiamento do movimento.
“Nós temos o pior piso salarial do serviço público federal, e isso tem gerado uma evasão muito grande de servidores. Alguns nem vêm tomar posse, e outros, depois de algum tempo, pedem exoneração porque passaram em concursos em outros órgãos que estão pagando melhor, e alguns vão trabalhar na iniciativa privada”, destaca Clodoaldo.
Ele acrescenta que outra pauta central diz respeito à recomposição dos orçamento das universidades:
“Nós tivemos vários contingenciamentos, cortes de verbas, e isso tem gerado vários problemas para as universidades e institutos federais. O governo liberou R$ 250 milhões no orçamento das instituições federais, mas é insuficiente. Os reitores, através da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), têm reivindicado que precisam de, pelo menos, R$ 2,5 milhões a mais para poder manter o funcionamento das universidades. Então, nós estamos na luta para que o governo venha a atender as necessidades para manutenção das universidades, e também a própria manutenção dos estudantes, porque é necessário maior investimento em assistência estudantil, e isso está na nossa pauta também”, conclui ele.
Segundo o sindicato, a duração da greve ainda é incerta. A paralisação ocorre em consonância com a pauta nacional da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) para a deflagração de greves em todo o país.
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Edição: Cida Alves