Paraíba

JUSTIÇA

Eduardo dos Santos, mentor do estupro coletivo de Queimadas, é recapturado no RJ

A prisão ocorreu no município de Rio das Ostras (RJ), três anos após fuga de presídio de segurança máxima em JP

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Foragido: Eduardo dos Santos Pereira; Ligue 197 - Reprodução

No dia 17 de novembro de 2020, Eduardo dos Santos Pereira, condenado a 108 anos de prisão, pelo estupro coletivo de 5 mulheres na cidade de Queimadas, saiu caminhando pelo portão lateral do presídio de segurança máxima da Paraíba, o PB1, localizado em João Pessoa, capital paraibana.  Um agente poderia ter facilitado a sua fuga e desde então foram mais de três anos de espera para que a justiça pudesse seguir seu curso.

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Na manhã desta terça (19), Eduardo dos Santos foi preso em uma casa alugada no município de Rio das Ostras (RJ). A informação veio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO) da Polícia Civil da Paraíba. 

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Quatro policiais penais estavam envolvidos, no momento da fuga, e prestaram esclarecimentos à Polícia, no entanto, apenas um foi autuado por facilitação, mas até o momento ainda não foi denunciado pelo Ministério Público da Paraíba.

Relembre o caso

Situada no Agreste da Paraíba, a cidade de Queimadas foi palco de um dos crimes mais hediondos da história do direito brasileiro e internacional. Trata-se do crime conhecido como a “Barbárie de Queimadas”, Cinco mulheres foram estupradas por dez homens – dentre eles três adolescentes. Duas delas foram assassinadas por terem reconhecidos os estupradores: Isabela Pajuçara (27 anos) e Michelle Domingos (29 anos). O crime foi “oferecido” por Eduardo dos Santos Pereira, a seu irmão, Luciano dos Santos Pereira, como presente de aniversário. Foi planejado com ao menos uma semana de antecedência, havendo o conhecimento de todos os homens envolvidos. Eles compraram cordas, fitas adesivas, máscaras entre outros acessórios para a tortura e destruição física dessas mulheres.
Um típico enredo de filme de terror: No dia 12 de fevereiro de 2012, as mulheres foram convidadas para a festa de aniversário de Luciano. Em algum momento da festa, as luzes foram apagadas, aumentaram o som para que ninguém ouvisse os gritos, e simularam um assalto. As mulheres foram amarradas e estupradas.

Devido à forte pressão do Movimento de Mulheres e Feminista da Paraíba, dos familiares das vítimas e do movimento dos Direitos Humanos, o julgamento do caso foi célere e causou comoção e indignação na população brasileira e mundial. Muitos protestos, movimentações e denúncias foram realizadas pelo movimento na ocasião do crime.

Ainda em 2012, seis dos autores foram condenados por estupro, cárcere privado e formação de quadrilha, a uma pena que se fosse somada corresponderia a 186 anos de prisão e os adolescentes envolvidos iniciaram o cumprimento das respectivas medidas socioeducativas.


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Edição: Heloisa de Sousa