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SAÚDE

Paraíba registra 51 notificações de casos meningite; até o momento, são 17 confirmados

Os casos são isolados, não havendo configuração de surto, mas é necessário manter as vacinas atualizadas

Brasil de Fato PB | João Pessoa |
Vacina Meningocócica C contra a meningite do tipo C, uma forma causada por bactéria. - Foto: Fábio Nunves Teixeira/PMG.

A Nota Informativa da Secretaria de Estado da Saúde (SES), divulgada nessa segunda-feira (13), traz as notificações de casos de meningite na Paraíba, com dados atualizados até 11 de maio. De acordo com o documento, no estado, até a 19ª semana epidemiológica de 2024, houve 51 notificações de suspeitas de meningite, sendo 17 confirmados, 15 descartados e 19 em investigação.  O estado já tem dois óbitos confirmados, 4 em investigação e outros dois que ainda irão entrar no sistema.

“Esses casos não têm correlação um com o outro, então, não houve uma configuração de surto. São casos isolados e esperados dentro da curva epidemiológica”, explica Fernanda Vieira, chefe do Núcleo de Doenças e Agravos Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde.

Na Paraíba, dos 17 casos confirmados, a maior prevalência é de casos de meningite não especificada, totalizando 9 casos (52,94%), meningite por outras bactérias aparece logo depois com 7 casos (41,18%) e, por último, a meningite asséptica com 1 caso (5,88%). 

“Nossas meningites não especificadas são as que, justamente sabemos que teve a clínica para meningite, mas nós não conseguimos determinar qual foi o agente etiológico. Se nós tivéssemos pelo menos condição de dizer que era uma bactéria, ela estaria classificada como outras bactérias. E aí o que tem sido feito: reuniões com os serviços prioritários que mais notificam meningites aqui no estado. É realmente um trabalho de formiguinha, de reuniões, emissão de nota”, explica Fernanda Vieira. 

Ela salienta a importância de manter o calendário vacinal atualizado. “Nós temos boas vacinas de qualidade que protegem nossas crianças e adolescentes de parte dos microrganismos que causam meningites, à exemplo da BCG, meningocócica C, pentavalente, pneumocócica 10, meningocócica ACWY. Então, mantendo nosso calendário vacinal das nossas crianças e adolescentes em dia, nós estamos protegendo contra algumas formas de meningite que também podem vir a acontecer.”

Ainda sobre os diagnósticos e os tipos de meningite, Fernanda Vieira destaca as ações que estão sendo realizadas. "Fizemos um vídeo no YouTube falando sobre a importância da notificação, do envio do exame laboratorial ao Lacen [Laboratório Central de Saúde Pública]. O Lacen, inclusive, está ampliando suas possibilidades diagnósticas. Foi treinado pelo Ministério para uma nova possibilidade de diagnóstico nessa última semana, para ampliar essas possibilidades e, assim, a gente está diminuindo essas meningites não especificadas."

Segundo a nota informativa da SES, a meningite é considerada uma doença endêmica. Portanto, casos da doença são esperados ao longo de todo o ano.

Casos confirmados

Os 17 confirmados casos confirmados de 2024, foram em João Pessoa (05), Sapé (02), Alagoa Grande (01), Alhandra (01), Cabaceiras (01), Campina Grande (01), Esperança (01), Guarabira (01), Igaracy (01), Mogeiro (01), Santa Rita (01) e Soledade (01). Predominou o sexo feminino 52,94% (n=9), acima de 18 anos com 88,24%.

No mesmo período de 2023, também foram 51 casos suspeitos, com 29 confirmados, 21 descartados e 01 em investigação. 

Sobre a meningite

A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou também por processos não infecciosos. 

Entretanto, do ponto de vista da saúde pública as meningites bacterianas e virais são as mais importantes, devido sua magnitude, capacidade de ocasionar surtos, e no caso da meningite bacteriana, a gravidade dos casos. 

São considerados casos suspeitos quando criança acima de nove meses e/ou adulto apresenta febre, cefaleia, vômitos, rigidez de nuca e outros sinais de irritação meníngea. No caso de crianças abaixo de 9 meses, é necessário observar também irritabilidade e choro persistente ou abaulamento de fontanela (moleira alta).

Acesse a Nota Informativa da SES completa e saiba mais.

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Edição: Carolina Ferreira