Neste mês de maio, foi lançado o livro digital EnsinAFRO: cartilha pedagógica, com o objetivo de disponibilizar contra-argumentos em relação às concepções e mitos acerca da Lei nº 12.711/2012, conhecida como Lei de Cotas, principalmente, sobre o seu recorte racial, e contemplar o devido cumprimento das leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que dispõem sobre a obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana, afro-brasileira e indígena no currículo escolar.
O livro, que reúne quatro cartilhas temáticas, pode ser utilizado em escolas do ensino básico das redes federais, estaduais e municipais, mas também por movimentos sociais e associações estudantis.
O material é resultado do projeto de extensão EnsinAFRO: cotas raciais e pontes pretagógicas na educação básica, financiado pelo Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE), por meio de edital. O projeto foi orientado pela professora de sociologia Camila Teixeira Lima e teve como estudante bolsista Natally Marisa Santos Mendes de Lima.
Além do IFSertãoPE, o livro contou com as parcerias da UFPB, IFRN, UNICAMP, UFPE, UFMG, SOS Corpo: Instituto Feminista para Democracia, entre outras. Assim, fizeram parte da elaboração do material professoras, estudiosas, pesquisadoras, ativistas e discentes, a partir de diálogos 'pretagógicos', trocas e colaborações.
Capa do EnsinAFRO. / Foto: Divulgação.
"No material didático, vocês irão encontrar textos, propostas de atividades e compartilhamento de práticas didáticas sobre racismos e políticas de ações afirmativas no Brasil, a partir de uma perspectiva antirracista e guiado por um horizonte pedagógico afroafetivo, insubmisso e transgressor, que pretende, ao invés de promover uma educação que conserve dominações e violências, buscar a construção de uma educação como prática da liberdade", afirma a apresentação do livro.
Natally Marisa Santos Mendes de Lima e Camila Teixeira Lima são organizadoras, editoras e autoras do EnsinAFRO. / Foto: Arquivo pessoal.
Cada cartilha do EnsinAFRO tem um tema norteador, que se relaciona com as problemáticas do racismo e das ações afirmativas. “Em cada uma delas, encontraremos uma sugestão de místicas (atividade de sensibilização ao tema); textos sobre as temáticas da cartilha; proposta de atividades e uma sessão intitulada ‘Outra educação é possível?’, que tem como inspiração o livro Outra educação é possível? Feminismo, antirracismo e inclusão em sala de aula, publicado em 2021, de Luana Tolentino, uma das parceiras desse projeto”, conforme a apresentação do material.
A sessão ‘Outra educação é possível’ traz o compartilhamento de experiências estudantes. Já o material completo, traz contribuições em formato de texto e de vídeos. Nas cartilhas, o livro aborda os temas: educação afrocentrada, leis e mitos em torno das políticas de ações afirmativas, interseccionalidade e o cruzamento entre raça e classe.
Natally Marisa apresentando o EnsinAFRO na Jornada de Iniciação Científica e Extensão (Jince), do IFSertãoPE. O projeto foi premiado em terceiro lugar, na sua categoria. Já na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), ficou em primeiro lugar./ Foto: Arquivo pessoal.
As autoras e os autores do EnsinAFRO: cartilha pedagógica são: Camila Teixeira Lima, Natally Marisa Santos Mendes de Lima, Luana Tolentino, Francy Silva, Carmem Silva, Mário Augusto Medeiros da Silva, Francisco de Andrade Jatobá, Marciano Lima, Júlia Abdalla, Letícia Carvalho, Giulia Melo, Camille Danielly da Silva, Thaynnara Kirlianne Augusto Alves, Mica Nunes, Joadson Paiva, Danielly Roanny Amaral Sá, Addison Francisco, Maria Eduarda Melo, Luciano Galdino e Hayssa Leite. A designer e diagramadora é Isabella Alves.
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Edição: Carolina Ferreira