Paraíba

CULTURA NORDESTINA

Cantora Solange Almeida desabafa sobre ter sido cortada da programação do São joão de Campina Grande

Relembre a polêmica de Flávio José, que teve seu tempo cortado no ano passado, e as críticas de Elba Ramalho em 2017

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Reprodução - Reprodução/Instagram

A queridíssima cantora de forró, Solange Almeida, expressou sua frustração por não ter sido incluída no palco principal do São João 2024 de Campina Grande.

Em apresentação realizada em um local alternativo no último domingo (9), a ex-vocalista da banda Aviões do Forró lamentou publicamente sua ausência na programação do evento.

"Para um artista de forró, ficar fora do São João de Campina Grande é frustrante. Já estava quase tudo certo e aí, no dia em que foi anunciado (a programação), eu não vi o meu nome e foi uma surpresa bem triste", desabafou Solange durante o show.

A cantora desabafou nas rees sociais contra o que ela chamou de máfia dos escritórios:


Reprodução / Redes sociais

Apesar da decepção, Solange agradeceu a oportunidade de se apresentar em outro local e compartilhou uma mensagem de fé e esperança. "Aqui estou com ingressos lotados, a casa fechada, a maior lotação desde que o Vila Sitio São João existe. Acreditem que quando Deus faz, Ele faz bonito. Os humilhados serão exaltados. É o que eu digo, quem tem Deus como advogado não precisa se preocupar com vingança e nem com audiência", afirmou a cantora.

Lembrando que artistas ligados ao forró nunca se apresentaram na Festa do Peão de Barretos, por exemplo, evento tradicional que sempre foi reduto de duplas e cantores sertanejos

O São João de Campina Grande é conhecido como o maior do mundo, ocorrendo durante 33 dias no Parque do Povo. Ao longo do mês de junho, são esperadas apresentações de grandes nomes do Forró. No entanto, a gerência do evento também inclui artistas alheios ao gênero mais amado das festas juninas: é o caso de Matuê, Léo Santanna, Alok, Zezé Di Camargo e Luciano, Victor e Léo e Mari Fernandez. Alguns como Gusttavo Lima e Pedro Sampaio já  passaram pelo palco este ano.

 Polêmica no São João de 2023 com Flávio José: relembre

Em 2023, um episódio controverso marcou o Maior São João do Mundo em 2023, envolvendo o cantor paraibano Flávio José.

Durante sua apresentaçã, o artista fez um esabafo, revelando que seu tempo de show havia sido reduzido de uma hora e meia para apenas uma hora. A redução coincidiu com a ampliação do tempo de apresentação de Gusttavo Lima, que encerrou a programação no palco principal do evento.

Embora Flávio José não tenha mencionado diretamente o nome do cantor sertanejo, suas palavras ecoaram nas redes sociais, gerando uma onda de lamentações pela suposta troca na programação. A repercussão do incidente levou a uma resposta da Arte Produções, organizadora do evento, que informou que a apresentação de Gusttavo Lima foi antecipada a pedido do próprio cantor, estendendo-se por cerca de 2 horas e meia.

Elba Ramalho também criticou em 2017

Este não foi o primeiro episódio de controvérsia em torno das escolhas de artistas para o São João de Campina Grande. Em 2017, a cantora paraibana Elba Ramalho criticou publicamente a predominância do gênero sertanejo na programação, expressando preocupação com a falta de representatividade do forró no São João.

As críticas ecoaram a discussão sobre a identidade musical do São João de Campina Grande, especialmente quando artistas locais com forte vínculo com o forró são deixados de fora em detrimento de nomes do cenário sertanejo. A diversidade musical continua sendo um tema de debate acalorado em relação ao festival, com vozes como a de Elba Ramalho defendendo a preservação da autenticidade cultural da festa.

Músicos protestam contra baixos cachês para Trios e grupos de forró locais  

Mais recentemente, músicos locais, especialmente trios pé-de-serra e grupos de forró, levantaram a voz contra o baixo valor de cachê oferecido para suas apresentações em Campina Grande.

De acordo com integrantes da Associação dos Forrozeiros da Paraíba (Asforro-PB), a organização do evento informou que os cachês serão de R$ 800 para trios pé-de-serra e R$ 1.500 para grupos de forró locais.

Esses valores são considerados desproporcionais em comparação com os cachês pagos a atrações de outras regiões, que frequentemente recebem remunerações até mesmo milionárias por apresentação.

O presidente da Asforro-PB, Ecarlos Carneiro, juntamente com outros músicos da entidade, solicitaram apoio ao vereador Napoleão Maracajá (PT-CG) em busca de uma solução para essa disparidade nos cachês. ,

Para discutir essa questão, a Câmara Municipal de Campina Grande realizou uma audiência pública proposta pelo vereador Napoleão Maracajá  no dia 16 de maio. A audiência teve como objetivo abordar a valorização dos artistas locais em preparação para o Maior São João do Mundo de 2024, que está programado para iniciar em 29 de junho.

Durante a audiência, foram destacados problemas recorrentes relacionados à contratação de trios de forró, bandas e cantores solo da região, especialmente em relação aos baixos cachês oferecidos. Essa situação tem resultado na ausência de ícones do forró tradicional no evento nos últimos anos, conforme expressaram diversos artistas locais que estiveram presentes na sessão e utilizaram a tribuna da Câmara para expressar suas preocupações.

Criado a partir do encontro do triângulo, zabumba e  sanfona, o forró nasceu há mais de 70 anos no Nordeste do Brasil. Popularizado por ícones da música brasileira como Luiz Gonzaga, o gênero musical tipicamente nordestino foi reconhecido oficialmente pelo Estado Brasileiro como manifestação da cultura nacional em 07/11/2023, com a sanção da Lei 14.720/2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje em dia, o forró e a cultura nordestina pedem socorro com a invasao de artistas de outros gêneros, que visam o lucro e levam o bolso cheio para fora do território! Lembrando que artistas ligados ao forró nunca se apresentaram na Festa do Peão de Barretos, por exemplo, evento tradicional que sempre foi reduto de duplas e cantores sertanejos.


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Edição: Cida Alves