Paraíba

SAÚDE

Paraíba registra primeiro caso da febre do oropouche, uma doença transmitida por mosquito

A contaminação não ocorreu na Paraíba, mas sim em Pernambuco; doença tem sintomas parecidos com a dengue e chikungunya

Brasil de Fato PB | João Pessoa |
Principal transmissor da febre do oropouche, maruim ou muruim, como popularmente é conhecido, é um mosquito bem pequeno, menor do que o Aedes aegypti, que é causador da dengue, zika e chikungunya. - Foto: Divulgação/Prefeitura Municipal Dom Pedro de Alcântara.

Nesta quinta-feira (11), a Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB) confirmou o primeiro caso da febre do oropouche na Paraíba. O paciente é um homem de 34 anos que mora na cidade de João Pessoa. Ele apresentava quadro característico para dengue, procurou atendimento médico, teve boa evolução e alta. De acordo com a SES-PB, por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde, o paciente foi contaminado em Pernambuco, após uma viagem ao estado. O diagnóstico foi confirmado por meio de exame realizado no Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB).

"Ele [o paciente] foi passar alguns dias em Pernambuco, voltou [para a Paraíba] e, com poucos dias, começou a apresentar os sintomas. Procurou o serviço de saúde e foi detectável para oropouche. É um caso registrado, notificado aqui no estado, porém não é um caso autóctone, o paciente não se contaminou aqui no nosso estado", salienta Carla Jaciara, técnica estadual responsável pelas arboviroses, da SES-PB. Pernambuco já registrou a doença em dez municípios. Dados recentes do Ministério da Saúde informam que o Brasil, em 2024, já notificou mais de 3 mil casos. 

: Febre do Oropouche: Entenda a doença que já tem mais de 3 mil casos no Brasil e também é transmitida por mosquito :

Com sintomas parecidos com a dengue e chikungunya, que são transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, a febre do oropouche tem como principal transmissor o mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou muruim. 

"A transmissão da Febre Oropouche é feita principalmente por mosquitos. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela", explica o Ministério da Saúde.

Os principais sintomas da febre do oropouche são febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular e articular, tontura, dor retro ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos. 

Na estado, a SES-PB vêm realizando neste mês de julho e agosto um trabalho de captura para avaliação desse vetor, com o objetivo de identificar possíveis regiões mais propícias para sua proliferação que são espaços de mangue, vegetação clima úmido, plantações, e espaços com depósito de matéria orgânica. O processo iniciará nos municípios que fazem fronteira com Pernambuco como Salgado de São Félix, Umbuzeiro, Natuba, Pitimbu, Caaporã, Pedras de Fogo, Juripiranga e Itabaiana.

"É preciso ficar atento porque os sintomas são parecidos com os da dengue e da chikungunya. Por serem semelhantes, podem complicar a identificação da doença. A SES-PB orienta que a população procure assistência médica para apresentar sintomas nos primeiros dias e recomenda a realização do exame RT-PCR até o quinto dia da doença para auxiliar no diagnóstico", enfatiza, em nota, a SES-PB. 

Prevenção

A principal forma de prevenção da doença é o controle da proliferação do mosquito. O Ministério da Saúde recomenda: evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível; usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele; manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.

Carla Jaciara enfatiza que é preciso ter uma atenção redobrada ao frequentar estados e municípios que têm casos positivos para febre oropouche. 

Tratamento

Segundo o Ministério da Saúde não há tratamento específico. Os pacientes devem procurar assistência para tratamento sintomático e acompanhamento, semelhante ao que é recomendado para a dengue, zika e chikungunya.

*Com informações da assessoria da SES-PB e do Ministério da Saúde

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Edição: Carolina Ferreira