Na manhã desta quinta-feira (25), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou a sede da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) em João Pessoa. A CONAB é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Reprodução / Foto: Ass MST/PB

A ação faz parte da Jornada Nacional por Alimento Saudável e Reforma Agrária, que é uma luta por segurança alimentar e alimentos saudáveis. O movimento conseguiu mobilizar entre 200 a 300 agricultores sem-terra provenientes de Alhandra, Pedras de Fogo, Caaporã e Mari para estarem presentes na reunião que teve como foco a discussão sobre a contratação de projetos relacionados ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

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Os agricultores reivindicaram a análise de projetos enviados desde 2023 e a definição de critérios para um novo edital do PAA. Ficou acordado que será formulado um documento, em conjunto com outros movimentos sociais, para estabelecer os critérios do novo edital de contratação de projetos.

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Além disso, os manifestantes abordaram questões sociais dos acampados, a necessidade de apoio solidário para a formulação e envio de propostas de projetos, e a doação para cozinhas solidárias. A discussão incluiu como será o edital e a contratação dos agricultores para esses projetos.

"A jornada teve grande importância, pois mobilizou uma parte significativa dos agricultores. Durante a ocupação, houve negociações com representantes da CONAB, incluindo uma chamada com o presidente nacional da companhia, para discutir os critérios do edital do PAA. Os pontos principais abordados foram a garantia de orçamento, a inclusão de produtos da reforma agrária, as cozinhas solidárias e as necessidades sociais dos acampados", explicou Zilma Feitosa, liderança do MST.

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Jornada Nacional por Alimento Saudável e Reforma Agrária

Entre os dias 23 até 27 de julho, o MST realiza um conjunto de ações inseridas na Jornada Nacional por Alimento Saudável e Reforma Agrária. A iniciativa acontece devido ao marco do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural e Dia Internacional da Agricultura Familiar, celebrado nesta quinta-feira, dia 25 de julho.

Com o lema “Para o Brasil alimentar, Reforma Agrária Popular”, a Jornada mobiliza famílias Sem Terra organizadas em 24 estados do país, reafirmando a Reforma Agrária como uma política fundamental para combater a fome, mas que para isso necessita de investimentos públicos.

Por isso, as ações da jornada denunciam o orçamento abaixo do necessário tanto para a realização da Reforma Agrária, quanto para a produção de alimentos da agricultura familiar e camponesa, enquanto o agronegócio recebe grandes volumes de investimentos e recursos.

As ações, sobretudo, enfatizam a importância da Reforma Agrária como alternativa urgente e necessária para a produção de alimentos saudáveis para a população do campo e da cidade, para combater a fome, e avançar no desenvolvimento do país, no contexto agrário, social, econômico e político. Em uma conjuntura onde o orçamento da pasta dessa política pública é por dois anos consecutivos, o menor dos últimos 20 anos.

Frente à isso, o conjunto do movimento acredita que somente a luta massiva das famílias Sem Terra organizadas pode alterar a correlação de forças da luta de classes que definem as prioridades de fomento e governança no país; reforçando que para a construção de um projeto popular brasileiro, a Reforma Agrária ainda é uma política fundamental para que a terra cumpra sua função social, para erradicar a fome e avançar contra as desigualdades estruturais presentes no Brasil.

Contudo, as famílias Sem Terra também continuam incidindo pela retomada das políticas públicas para fomentar a Reforma Agrária e a Agricultura Familiar, que são fundamentais para a superação da fome e insegurança alimentar no Brasil. E permanecem em luta, ocupando áreas improdutivas e desenvolvendo suas culturas de forma cooperada, atuando com 160 cooperativas, 120 agroindústrias e 1.900 associações em todo as regiões do país, potencializando a produção de alimentos saudáveis nos acampamentos e assentamentos, para abastecer a população urbana e rural.


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Edição: Cida Alves