Paraíba

DIA DO MARACATU

Maracatu Quilombo Nagô realiza cortejo nesta quinta (1º), na Praça do Coqueiral, em João Pessoa

A apresentação será às 18h e acontece em comemoração ao Dia Nacional do Maracatu, celebrado em 1º de agosto

Brasil de Fato PB | João Pessoa |
Maracatu Quilombo Nagô foi criado em 2023, em João Pessoa (PB). - Foto: Reprodução/@quilombonago.pb.

Hoje (1º) é o Dia Nacional do Maracatu. E, logo mais, às 18h, vai ter apresentação e cortejo do Maracatu Quilombo Nagô. A concentração será na Praça do Coqueiral, localizada em Mangabeira, na cidade de João Pessoa. 

Segundo o Mestre Marcílio Alcântara, do Quilombo Nagô, o Maracatu é uma forma de resistência do povo negro e das pessoas de esquerda. “As pessoas não podem ver um tambor que acham que é demônio”, conta sobre o racismo vivido por ele cotidianamente. “Este é o dia de estar mais junto e mais forte, mas a luta é todos os dias”, salienta.

Natural de Recife (PE), Mestre Marcílio passou a morar na Paraíba nos anos de 1990, fundou o Quilombo Nagô com amigos, em 2023. Marcílio cita importantes personalidades para a história do Maracatu, como o Mestre Luiz de França, do Maracatu Leão Coroado, e o Mestre Walter de França, do Maracatu Raízes de África, ambos de Água Fria, em Recife, bairro onde Marcílio cresceu. Outra grande referência é Dona Santa, da Nação Elefante, considerada a matriarca dos maracatus de Recife.


Mestre Marcílio Alcântara, do Quilombo Nagô. / Foto: Reprodução/@quilombonago.pb.

“O meu Mestre, Walter de França, trouxe a paradinha para o maracatu de baque virado, trouxe as convenções e o jeito diferente de fazer toadas e inseriu o abê dentro do maracatu e a patangome. O Maracatu deve a esses dois grandes mestres, à rainha Dona Santa e principalmente ao povo negro de África, que trouxe os batuques para o Brasil", comenta Mestre Marcílio. 

Em seu perfil na rede social Instagram, o Quilombro Nagô enfatiza o convite para o evento de hoje: “Vamos balançar e movimentar a nossa Mangabeira, vai ser um dia muito especial e estamos esperando vocês com muita energia, para estar juntos, com o Maracatu Quilombo Nagô!”.


Card do evento. / Foto: Divulgação.

Maracatu na Paraíba

De acordo com Diego S. Canuto, graduado em História pela UFPB e pesquisador de expressões culturais negras, em artigo publicado no Brasil de Fato Paraíba, em 2023, “na Paraíba, pesquisas apontam que o comércio escravista fixou milhares de africanas e africanos em tal território, que mesmo vivendo em meio a uma sociedade hostil, estes em contato puderam gerar novas formas culturais e identidades diversas. Assim ocorreu com o maracatu, cujas origens estão vinculadas às alterações ao catolicismo tradicional com a participação histórica de pessoas negras”, historiciza Canuto. 

Leia o artigo de Diego S. Canuto: Maracatu, batuque e cantorias africanas pelas ruas da Paraíba escravista e no imediato pós-abolição

No estado, atuam alguns grupos de Maracatu como o Baque de Raíz, Baque Mulher JP, Coletivo Maracastelo, Filho de Seu Zé (do município de Puxinanã), Maracagrande (de Campina Grande), Nação Pé de Elefante, Mar de Luanda, Quilombo Nagô e Tambores do Tempo. 

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Edição: Heloisa de Sousa