Paraíba

CULTURA POPULAR

II Festival Garapirá promove cultura indígena Potiguara na Baía da Traição 

Sucesso de estreia do ano passado, evento ocorre este ano nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, na Aldeia Laranjeira

Joao Pessoa - PB |
Reprodução - Card Reprodução

O II Festival Garapirá, marcado para os dias 31 de agosto a 1º de setembro, na Aldeia Laranjeira, retorna após o sucesso de sua estreia em 2023. O evento, que celebra e valoriza a cultura indígena Potiguara, terá apresentações de grupos tradicionais como Toré, Coco de Roda, Ciranda, Boi de Reis e Lapinha, além do convidado especial de 2024, o grupo Samba de Coco Toype do Ororubá, do Povo Xukuru do Ororubá, de Pesqueira-PE.


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O festival se consolida como um dos principais eventos culturais da região, promovendo a visibilidade das tradições indígenas e a cultura local. Com o apoio da Funarte, do Ministério da Cultura e da Funai, a programação foi ampliada para dois dias, oferecendo uma imersão ainda maior nas tradições Potiguara. Além das apresentações, o evento contará com alimentação local, banheiros e área para camping, proporcionando conforto e acessibilidade aos participantes.


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Uma novidade para esta edição é o lançamento do documentário "Garapirá", filmado durante o primeiro festival em 2023. O documentário, que foi produzido em colaboração com o Coletivo Estrela D'alva, o Coco de Roda Potiguara Flor de Laranjeira e o Professor Oswaldo Giovannini, teve sua finalização apoiada pela Secretaria de Cultura da Paraíba. Disponibilizado ao público às vésperas do festival, o filme oferece uma visão aprofundada das manifestações culturais celebradas no evento.


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Idealizado e produzido por Zé Silva e Marilene Lourenço, o Festival Garapirá nasceu como um evento cultural de grande impacto, cujos desdobramentos continuam a crescer, fortalecendo as raízes culturais do povo Potiguara e promovendo a resistência e a preservação das tradições indígenas da Paraíba.


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A organização do Festival lançou pré-venda de sacolas ecológicas e camisetas comemorativas do evento. As sacolas estão disponíveis por R$ 40,00 e podem ser encomendadas através da DM do Instagram do festival.


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Os pagamentos podem ser realizados via PIX com 5% de desconto, por link de pagamento no crédito ou por boleto bancário. As entregas estão programadas para iniciar a partir de 28 de agosto, com envios pelos Correios mediante cálculo do frete. Além disso, há a possibilidade de retiradas agendadas na UFPB, em João Pessoa, nos dias 28 e 29 de agosto, ou diretamente na Aldeia Laranjeira nos dias 30 e 31 de agosto, e 1º de setembro.

::COLETIVO ESTRELA D'ALVA - O Coletivo Estrela D’Alva se dedica ao apoio e promoção da cultura popular da Paraíba. Seus integrantes são brincantes e profissionais de várias áreas da cultura, comunicação e educação que têm em comum o apreço pela preservação, manutenção, difusão e fortalecimento das manifestações culturais populares da Paraíba, como Coco de Roda, Toré, Cirandas e Mazurcas.
O Estrela D’Alva produz eventos mensais, como a Festa da Penha, e anuais, como o Festival Garapirá, que celebram as culturas populares paraibanas e buscam transformar a cultura em um ativo que ofereça sustentabilidade econômica às comunidades envolvidas.
O Coletivo vem trabalhando de maneira autônoma e, no último ano pôde atuar através da participação em projetos aprovados em editais federais, estaduais e municipais, o que demostra sua solidez e competência na estruturação projetos culturais que visam impactar a cultura de comunidades locais da Paraíba.

::COCO DE RODA POTIGUARA FLOR DE LARANJEIRA - O Coco de Roda Potiguara Flor de Laranjeira é um grupo cultural de tradição indígena da Aldeia Laranjeira, localizada no território indígena Potiguara da Paraíba. Composto por cerca de 30 integrantes, incluindo crianças, jovens, adultos e idosos, o grupo abrange idades que variam de 2 a 76 anos. Essa diversidade de participantes reflete o compromisso com a preservação e transmissão das tradições culturais entre diferentes gerações.
O grupo foi fundado pela professora indígena potiguara Marilene Lourenço de Oliveira, natural da Aldeia Laranjeira e trabalha na Escola Naíde Soares da Silva. A iniciativa começou com alunos da educação infantil e do ensino fundamental I, e contou com o apoio de professores e da diretora Josinalva de Azevedo Bernardo, além de Cláudio Antônio da Silva e Cristina Ferreira da Silva.
A ideia surgiu durante a preparação para a semana cultural, promovida pela Secretaria de Educação do Município de Baía da Traição, onde as 14 escolas locais apresentariam aspectos culturais e particularidades da região.
O esforço coletivo resultou em um desempenho bem-sucedido, marcando o início do grupo Coco de Roda Potiguara Flor de Laranjeira, que se tornou um símbolo da cultura potiguara na Paraíba, não só através de suas apresentações, mas também na atuação junto às políticas públicas em prol dos povos indígenas, no incentivo ao empreendedorismo dos artesãos e brincantes das aldeias potiguara do litoral norte paraibano e ao “despertar” das tradições culturais que, segundo Marilene, estavam apenas adormecidas em seu povo, como o coco de roda, a ciranda e a própria retomada da língua. 
 
Manifestações no Garapirá

O Festival coloca em cena algumas manifestações mantidas pelo Povo Potiguara da Paraíba.

::LAPINHA

A Lapinha é uma dança de característica religiosa e tradição natalina cristã que se desenvolveu na região Nordeste do Brasil. A dança é dividida em dois cordões, azul e encarnado, representando os votos de Nossa Senhora e Nosso Senhor, respectivamente. 
Maria Luz (Maria Bernardino) é a grande responsável por passar a tradição da Lapinha adiante dentro das aldeias Potiguara, especialmente nas Aldeias Estiva Velha, onde foi criada, e Silva da Estrada, onde foi morar em 1985 assim que se casou.
Essa dança fazia parte da sua infância e adolescência inteira e quando Maria Luz chegou à Aldeia Silva da Estrada, o senhor Severino Francisco dos Santos, na época o cacique, criou a primeira Lapinha da aldeia, estando à frente a senhora Maria Luz, dando caminho para várias outras Lapinhas que foram criadas depois.

::COCO

O coco de roda é um folguedo tradicional da região Nordeste do Brasil, com grande presença na Paraíba. Encontrado do litoral ao sertão, cada grupo de coco tem características próprias no modo de dançar, cantar e tocar, bem como na formação instrumental. A diversidade nas apresentações reflete a riqueza cultural do Estado.

::CIRANDA

A ciranda é uma expressão popular caracterizada pela dança de roda e, assim como o coco, está intimamente ligada às lutas por terras e direitos no território paraibano e em todo o Nordeste. Muitos brincantes são agricultores que utilizam essas manifestações culturais como instrumentos de resistência, seja em protestos, momentos de lazer após um dia de trabalho ou para contar histórias marcantes.

::TORÉ

O Toré é um ritual sagrado para vários povos indígenas, inclusive os Potiguara. Realizada em formato circular e acompanhada por bombos, gaitas e maracas, a dança saúda o Pai Tupã, os encantados e a Mãe Natureza, simbolizando união e proteção. Na Aldeia São Francisco, em Baía da Traição (PB), o Toré preserva a cultura ancestral dos Potiguaras, organizado por caciques, pajés e anciãos respeitados, garantindo a continuidade das tradições culturais.

Veja a programação completa:

Dia 31/08

1. Toré Ancião Indígena Potiguara, Aldeia São Francisco - 10h
2. Coco de Roda Aldeia Cumaru - 11h
3. Coco de Roda e Ciranda de Barra do Camaratuba – 12h
PAUSA PARA O ALMOÇO – 13h
4. Coco da Sapukaia da Aldeia Tracoeira – 14h
5. Coco da Barra de Mamanguape – 15h
6. Lapinha Brilho do Sol, Aldeia Silva da Estrada – 16h
7. Coco de Roda e Ciranda Aldeia Estiva velha – 17h
8. Forró Ciumento, Marcação-PB – 18h

Dia 01/09

1. Samba de Coco Toype do Orurubá (T.I. Xukuru do Ororubá, Aldeia Lagoa, Pesqueira - PE) – 10h
2. Ciranda Flor de Genipapo – 11h
3. Boi de Reis do Mestre Antônio Branco, Aldeia Grupiúna – 12h
PAUSA PARA O ALMOÇO – 13h
(Apresentação com Clara Potiguara)
5. Mulheres Zabumbeiras (Zefinha de Cumarú, Mestra Xoxa da Aldeia Tracoeira, Mestra Rita de Mataraca, Dôrinha da Aldeia Alto do Tambá) – 14h
7. Coco de Roda Joana Ferreira, Aldeia Alto do Tambá – 15h
6. Coco de Roda Potiguara Flor de Laranjeira, Aldeia Laranjeira – 16h
7. Forró Ciumento, Marcação-PB – 17h

​Para maiores informações, acesse as páginas:Coletivo Estrela D’Alva e Coletivo Flor de Laranjeira

Créditos das fotos: RAFAEL PASSOS
PRODUÇÃO Coletivo Estrela D’alva, Zé Silva Arte e Cultura e Coco de Roda Potiguara Flor de Laranjeira
REALIZAÇÃO: Fundação Nacional de Artes (FUNARTE)
REALIZAÇÃO: Ministério da Cultura - Governo Federal do Brasil
*Este projeto foi fomentado pelo PROGRAMA FUNARTE RETOMADA 2023 - MÚSICA
 


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Edição: Cida Alves