Paraíba

ELEIÇÕES 2024

Deputado Luiz Couto denuncia que a ligação entre facções e políticos locais pode interferir no processo eleitoral de João Pessoa

Segundo Couto, o cenário exige medidas imediatas para proteger a liberdade de escolha dos eleitores

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Deputado federal Luiz Couto (PT-PB). - Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados.

O deputado federal Luiz Couto (PT-PB) denunciou, em seu blog oficial, que as infrações apontadas pelas operações Mandare e Território Livre, deflagradas pela Polícia Federal (PF), estão interferindo no processo eleitoral de João Pessoa. As investigações revelam a ligação, entre outras, da secretária de Saúde de João Pessoa, Janine Lucena, filha do prefeito Cícero Lucena (PP), a primeira-dama Lauremília Lucena, o conselheiro tutelar Josevaldo Gomes com o crime organizado. 

Para o deputado, em nota publicada no seu blog oficial, essas conexões entre facções criminosas e políticos locais são uma grave ameaça à democracia e à segurança pública, exigindo medidas imediatas para proteger a liberdade de escolha dos eleitores e a integridade do processo eleitoral.
 
A Operação Mandare investiga a articulação de um grupo criminoso para obter, por exemplo, cargos públicos em órgãos da Prefeitura Municipal de João Pessoa, em troca da entrada de agentes públicos em comunidades ligadas ao crime organizado. Já a Operação Território Livre apura o aliciamento violento de eleitores. Um dos alvos desta última é a vereadora Raíssa Lacerda (PSB), presa no último 19 de setembro. Nesta quinta-feira (26), foi homologado o pedido de desistência da vereadora em concorrer à reeleição. 

Segundo Couto, as investigações das operações Mandare e Território Livre apontam “uma grave contaminação” que pode comprometer a lisura das eleições na capital paraibana. O parlamentar enviou ofício ao Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, no qual faz alerta para o crescimento do crime organizado na Paraíba. 

"Temos observado esse avanço desde nosso trabalho na CPMI das Milícias no Nordeste, onde tivemos acesso ao chamado 'Estatuto do Primeiro Comando da Capital (PCC)', e o que está ali escrito se confirma nas ações recentes desbaratadas pela Polícia Federal", afirmou Couto.


Luiz Couto. / Foto: Mari Rodrigues.

De acordo com as investigações da Operação Território Livre, Josevaldo Gomes, conselheiro tutelar, teria se envolvido com facções criminosas para garantir sua eleição ao Conselho Tutelar e, em seguida, ampliado sua influência para campanhas eleitorais municipais. As apurações revelam que Josevaldo manteve encontros com Janine Lucena e sua mãe, Lauremília Lucena, o que sugere um possível favorecimento político na administração de Cícero Lucena.

Conversas interceptadas pela PF mostram que Josevaldo teria solicitado contratações de vigilantes ao secretário da Ciência e Tecnologia, Guido Lemos, mencionando, inclusive, a intervenção da primeira-dama Lauremília Lucena para garantir os cargos. Para o deputado Luiz Couto, essa troca de favores em troca de apoio político é alarmante e requer uma resposta urgente das autoridades.

Em nota, o deputado mencionou o "artigo 11 do estatuto do PCC", que descreve a estratégia de expandir a influência da organização criminosa para além do sistema penitenciário, formando alianças com facções como o Comando Vermelho (CV) para "revolucionar o país de dentro das prisões".

Com investigações das Operações Mandare e Território Livre ainda em curso, novos desdobramentos são esperados nas próximos dias e/ou semanas, "o que pode intensificar as repercussões políticas dessas descobertas em João Pessoa", avalia a nota divulgada no blog do deputado.

*Com informações do blog oficial do deputado Luiz Couto.

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Edição: Carolina Ferreira