Paraíba

CULTURA AFROINDÍGENA

13º Encontro Nacional de Juremeiros e Benzedores será realizado em Alhandra no próximo sábado (19)

Reconhecida como o berço da Jurema Sagrada, Alhandra será palco para diversas atividades formativas e culturais

João Pessoa - PB |
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O tradicional Encontro Nacional de Juremeiros e Benzedores, em sua décima terceira edição, acontece em Alhandra, território considerado o berço da Jurema Sagrada, no próximo sábado (19), a partir do meio-dia.

Foto: @perazzojr

O evento reúne juremeiros, benzedores, religiosos, pesquisadores, gestores públicos e simpatizantes da religião juremeira para promover diálogos, celebrar a cultura e fortalecer estratégias de resistência contra o racismo e a intolerância religiosa.

“O Encontro de Juremeiros e Benzedores é um evento anual realizado desde 2009 pela Federação Cultural Paraibana de Umbanda, Candomblé e Jurema (FCP Umcanju). O objetivo é reunir juremeiros, benzedores, líderes religiosos, representantes de instituições públicas e da sociedade civil, além de pesquisadores de universidades, mestres de cultura popular e agentes culturais para debater e promover pautas relacionadas à luta contra o racismo, racismo religioso, intolerância religiosa e pela valorização da cultura e tradição da Jurema Sagrada”, explica Paula Cavalcante, co-diretora do Museu Paraibano da Cultura Afro-brasileira e Indígena - MUPAI, juremeira e integrante da comissão de coordenação e organização do evento.

A programação do evento inclui momentos formativos, como mesas de discussão. Um dos destaques é a palestra "O Levante da Jurema Sagrada: a História da Luta pela Preservação do Patrimônio Imaterial em Alhandra", com a professora e Iyáojubonã Ana Júlia. Participam também representantes de terreiros de Paulista, Recife, Olinda e do Rio Grande do Norte, que sempre marcam presença nos encontros de Juremeiros.


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Além disso, o evento contará com apresentações culturais, como o Maracatu Pé de Elefante e o Toré Indígena do Povo Potiguara, além da Procissão dos Encantados, um ato político pela visibilidade da cultura juremeira em Alhandra. O encerramento será marcado pelo ritual do Toque de Jurema no Reinado do Bom Florar.

Homenageados pela Comenda Saravá

Os homenageados deste ano, que receberão a Comenda Saravá, incluem o Pajé Isaías Guarapirá Potiguara, Lourdes Nogueira (in memoriam) e o Coletivo Movimento Manajé. A comenda reconhece ações e vivências importantes para a preservação e valorização da cultura afro-brasileira e indígena. O Coletivo Movimento Manajé é destacado por suas ações sociais em Paulista-PE, onde também acontece um encontro de Juremeiros. Pajé Isaías, por sua vez, é reconhecido por sua articulação no território Potiguara, enquanto Lourdes Nogueira será homenageada postumamente por sua atuação como Juremeira em João Pessoa. É importante ressaltar que Lourdes Nogueira nasceu em Campina Grande.

Foto: @perazzojr

“O evento, em sua 13ª edição, é de grande importância para a resistência e visibilidade da Jurema em Alhandra, especialmente diante do crescimento das igrejas neopentecostais na cidade, que historicamente têm contribuído para o apagamento cultural e religioso. A cada ano, o movimento cresce, ampliando os diálogos entre as comunidades de terreiro, tradicões indígenas, quilombolas e da cultura popular de Alhandra, João Pessoa, Pernambuco e Rio Grande do Norte”, complementa Paula.

O encerramento será marcado pelo tradicional toque de Jurema, no Reino do Bom Florar. Também haverá uma feirinha com microempreendedores de Terreiro, promovendo o fortalecimento da economia local.

O evento, gratuito, ocorrerá no Templo dos Doze Reinados da Jurema Santa e Sagrada (Igrejinha da Jurema) e na Associação de Juremeiros e Benzedores Reino do Bom Florar, reforçando a ligação com os espaços tradicionais da cultura juremeira.

As inscrições podem ser feitas pelo Sympla ou presencialmente no local, com a opção de contribuição voluntária para o MUPAI, uma iniciativa colaborativa da federação organizadora.

Foto: @perazzojr

Os interessados podem optar por apoiar o Museu Paraibano da Cultura Afro-Brasileira e Indígena (MUPAI) com contribuições de R$ 15 ou R$ 25, que serão destinadas à gestão e manutenção do museu, uma iniciativa gerida pela Federação Cultural Paraibana de Umbanda, Candomblé e Jurema - FCP Umcanju. No dia do evento, os participantes também podem colaborar levando 1 kg de alimento não perecível, parte de uma campanha solidária realizada em todas as edições do encontro.

A organização do #EJB24 é da Federação Cultural Paraibana de Umbanda, Candomblé e Jurema (FCP Umcanju), com o apoio do Templo dos Doze Reinados da Jurema Santa e Sagrada, da Associação de Juremeiros e Benzedores Reino do Bom Florar, do Museu Paraibano da Cultura Afro-Brasileira e Indígena (MUPAI), da Associação Maracatu Nação Pé de Elefante, além da Prefeitura de Alhandra e do Governo do Estado da Paraíba.

Para mais informações e atualizações, siga o evento no Instagram: @encontrodejuremeiros. Para mais informações sobre Alhandra e o clã do Acais, leia o texto de Luiz Assunção


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Edição: Cida Alves