Paraíba

CINEMA BRASILEIRO

Morre o cineasta paraibano Vladimir Carvalho aos 89 anos, um dos maiores da história do Brasil

Nascido em Itabaiana (PB), Vladimir Carvalho é diretor de diversos documentários que englobam história e política

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Vladimir Carvalho. - Foto: Roberto Fleury/Agência UnB.

O cineasta Vladimir Carvalho morreu nesta quinta-feira (24), aos 89 anos, em Brasília (DF). De acordo com amigos, o cineasta estava internado em decorrência de problemas renais há três semanas, e sofreu um infarto. Vladimir Carvalho é uma figura consolida na história do cinema brasileiro, e autor de diversos documentários que ajudam a entender a construção da história do Brasil. 

Nascido em 31 de janeiro de 1935, na cidade de Itabaiana (PB), Vladimir mudou para Recife ainda na infância. De volta à Paraíba, começou a colaborar com a imprensa, em João Pessoa. É irmão do também cineasta Walter Carvalho. 

Vladimir Carvalho participou da gravação do documentário Cabra Marcado para Morrer, dirigido por Eduardo Coutinho, que teve sua filmagem interrompida em 1964, em razão do golpe militar. O documentário foi lançado apenas em 1984. 

Na sua trajetória cinematográfica, dirigiu O País de São Saruê (1971), que aborda o tema da seca no Rio do Peixe na Paraíba; Conterrâneos Velhos de Guerra (1991), que traz a história dos trabalhadores e da construção de Brasília, assim como o sofrimento trazido por tal contexto; e a mais recente, Rock Brasília - Era de Ouro (2011), que conta a história do rock dos anos 80 e da turma da colina. Mais de dez obras foram feitas pelo documentarista. Nelas, permeiam os temas históricos e políticos. 

Conforme recorda a Agência Brasil, Vladimir Carvalho foi homenageado em 2015 durante o Festival de Brasília do Cinema. No evento, ele declarou todo o amor à capital do Brasil e ao cinema: “Desembarquei em Brasília em 1964, entrei por essa porta [do Cine Brasília] com meu filme, e isso resultou numa aventura de 45 anos. Vim para ficar dois meses, e já estou há 45 anos. Não dá pra ficar aqui com hipocrisia, com falsa modéstia. Digo com toda sinceridade, sem pudor, e com humildade: eu mereço, Brasília! Obrigado!”

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Edição: Carolina Ferreira